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A grande China


























Se o século 20 foi a era dos Estados Unidos, tudo indica que agora estes deverão compartilhar as atenções com a ascendente China. Se hoje eles inundam o planeta com aparelhos eletrônicos, vestuários e brinquedos, não nos esqueçamos que foram os chineses que nos legaram a bússola, o macarrão, o papel, a pólvora e os métodos de impressão - bem antes de Gutemberg. Para mergulhar nesse mundo misterioso, para não dizer fabuloso, nada como começar por Pequim. O aeroporto em si já é um espetáculo: amplo, moderno e bem organizado. Hiper-movimentada e extensa, a capital chinesa divide seus espaços entre o ultra-moderno, simbolizado pelo Parque Olímpico, com a arquitetura tradicional dos hutongs - suas vielas populares, e a esplendorosa Cidade Proibida.
Um pouco fora dos limites da cidade estão trechos da Grande Muralha, a monumental obra do primeiro monarca Qin Shi Huang. Sua tumba está em Xi'an, guardada pelo misterioso exército de terracota, sendo que muito ainda está para ser escavado. Um dos extremos da mítica rota da seda, Xi'an ainda guarda preciosidades como sua cidade murada, as torres do tambor e do sino e veneráveis templos. Um pouco mais ao sul estão algumas das paisagens mais emblemáticas de todo o oriente, as montanhas de karst da região de Guilin. Quase que permanentemente envoltas entre nuvens, sua beleza inspirou poetas e pintores, clássicos ou atuais.
Junto ao litoral estão três símbolos da nova China. A vanguardista Xangai puxa o poderio econômico do país, notabilizado por seus grandiosos prédios contemporâneos que apequenam o histórico Bund. Rumo ao sul está Macau, de já longínquas influências lusitanas, onde mega-cassinos disputam espaço com calçadas e edifícios que dão um certo ar carioca ao lugar. Surpreendente é saber que você pode experimentar um bacalhau e vinho do porto divinos em um restaurante onde ninguém fala um "a" em português. Próxima dali está a fervilhante Hong Kong, cenário de clássicos filmes de kung-fu, vertical nas linhas de seus arranha-céus, horizontal no braço de mar que divide Kowloon de Ilha Vitória. Por esses lados do país você encontrará a famosa cozinha cantonesa, talvez a mais representativa da China mundo afora, repleta de deliciosos dim-sums, pequenos e variados pratos preparados das mais diferentes formas. Outro estilo gastronômico apreciado é o de Sichuan, perfumado, pungente e muito, muito condimentando. Para acompanhar tudo isso, nada como uma taça de chá de alta qualidade. Aliás, 'chá' é provavelmente a palavra chinesa mais difundida pelo planeta, transformando-se em tea, té, the, chai, tsái e muitas outras variações em dezenas de outros idiomas.
A imensa dimensão territorial chinesa nos leva dos manchus do nordeste aos tibetanos dos Himalaias, dos muçulmanos de Kashgar aos trabalhadores Han da faixa junto ao mar. Tanta diversidade no mais populoso país da terra faz nós, ocidentais, ficarmos ainda mais inquietados com um país complexo e cada vez mais presente em nossa vidas. Conhecer a China é dissolver preconceitos, descobrir novos e diferentes modos de vida e mergulhar em uma realidade que não nos pertence, mas que tange nossas existências.



Cultura Chinesa



























Na cultura chinesa os valores tradicionais são derivados da versão ortodoxa do confucionismo, que era ensinado nas escolas e fazia até parte dos exames da administração pública imperial. Os líderes que dirigiram os esforços para mudar a sociedade chinesa depois do estabelecimento da República Popular da China em 1949 foram promovidos na antiga sociedade, que se viu marcada por estes valores. Revolucionários conscientes, não tiveram intenção de transformar a cultura chinesa completamente. Como administradores práticos, os líderes do partido comunista chinês buscaram mudar alguns aspectos tradicionais, como a posse da terra e a educação rural, enquanto conservavam outros, como a estrutura familiar. As mudanças na sociedade chinesa foram menores e menos consistentes do que as reivindicações dos porta-vozes oficiais.Desde o início da história da China foram criados objetos em bronze, jade e osso, utilizados sobretudo em rituais xamanistas. Estas formas em bronze e jade mostravam pela primeira vez um dos princípios essenciais da arte chinesa: a síntese entre o espírito criador artístico a função social e hierárquica a que estavam destinados desde sua concepção. O primeiro princípio é demonstrado no aprimoramento das formas, na origem dos temas decorativos tomando como paradigma as forças da natureza e sua ação sobre o espírito humano, e no grande conhecimento técnico de materiais que caracterizou todas as formas de expressão artística chinesa.
Como complemento da diversificação das formas, como na iconografia, os adornos correspondiam aos princípios de hierarquização social e uso ritual que caracterizaram os inícios da civilização na China com a Dinastia Shang e a Dinastia Zhou. Nesta última dinastia surgiram as escolas de filosofia, que aprofundaram a relação do indivíduo em torno de si e a consideração social do mesmo, estabelecendo os fundamentos teóricos que com o passar dos séculos daria origem à teoria chinesa da arte.

Toda a base filosófica do Kung Fu vem das diversas escolas chinesas que fazem parte da cultura chinesa, a escola Budista, a Taoista(ying-yang), a de confício com sua abordagem moral e social e até as traduções de respeito dos antepassados.
Porém, nada disso quer dizer que possamos incorporar novos conhecimentos ao Kung Fu, já que ele próprio também se molda e cresce com o tempo.

Culinária Chinesa


























A China possui uma das mais exóticas e conhecidas culinárias de todo o mundo. Na maioria das grandes e médias cidades do planeta, é possível encontrarmos algum restaurante chinês, mesmo que seja um fast-food. A principal característica da culinária chinesa é o contraste das cores, aromas e sabores de cada prato, uma tradição baseada no yin e yan: os pólos contrários se complementam. É comum vermos a mistura de pratos doces e salgados, picantes e agridoces, quentes e frios, etc.

Para os chineses, a cor, o aroma e o sabor dos alimentos possuem a mesma importância. Por isso são usados ingredientes específicos, como o alho-poró, o gengibre e a pimenta, que conferem um aroma bastante agradável aos pratos, que também são bastante coloridos.

A culinária da parte norte da China (inclusive de Pequim) se caracteriza principalmente pela importância das massas e frituras: talharim, pastéis, bolinhos de carne, etc. Já os pratos da região do sul do país são bastante variados. Não é novidade a utilização de iguarias muito exóticas, como barbatanas de tubarão, carne de cachorro, cobras, escorpiões e gafanhotos. Tais hábitos, bastante exóticos para os padrões ocidentais, foram assimilados pelos chineses em virtude dos períodos de pobreza, guerra e carência alimentar por que passaram ao longo da história.

Para comer, os chineses usam instrumentos parecidos com o hashi japonês, que segundo eles, tornam a comida mais saborosa. Geralmente, os mesmos não gostam de tomar bebidas junto com as refeições; dão preferência à sopa de soja.